3 de dezembro – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
No dia 3 de dezembro assinala-se o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência e como tal, a Gesto e Palavra não podia deixar em branco. Na nossa associação defendemos um mundo justo e igualitário para todos. E não podemos deixar de lado quem também tem limitações. A nossa condição seja física ou psicológica não nos define.
Uma das nossas voluntárias que integra o programa Dar a Volta, chama-se Raquel Rodrigues, tem 22 anos e tem mobilidade reduzida. Mas, a Raquel tem muito mais a mostrar ao mundo. A Raquel é licenciada em Bioquímica, está neste momento a tirar o mestrado na Faculdade de Farmácia do Porto e adora tanto escrever que já lançou um livro: “Mentamorfose- o amor em poema.” A Raquel é a prova de que somos capazes de tudo.
Embarca nesta aventura de descobrir melhor a nossa Raquel.
O que te fez entrar no voluntariado?
Foi por acaso. Um antigo voluntário, nosso amigo falou do Dar a Volta com a minha irmã e convidou-a a ir ver o conventinho e no próprio dia disseram para ir também.
Eu fui sem qualquer expectativa. Estava um pouco cética porque achava mesmo que não era para mim, mas gostei tanto da iniciativa e da dinâmica que quando abriu o recrutamento não hesitei e por ironia da vida acabei por ficar no programa do Dar a Volta.
O que tiras da experiência na Gesto e Palavra até ao momento?
Tem sido muito enriquecedora e desafiante, ao mesmo tempo. Aprendo muito com a história de cada família e com as suas experiências de vida!
Acima de tudo, valorizo mais o que realmente importa e sinto que a minha maior missão é colocar-lhes um sorriso na cara no fim de cada entrega de cabazes. Sendo que também sinto que também cresci, enquanto pessoa e que me fiquei a conhecer melhor.
Qual a importância do voluntariado na tua vida?
Eu costumo dizer que a minha vida neste momento, se foca em 3 coisas: mestrado trabalho e voluntariado. Acho que daí se vê a importância que o voluntariado tem para mim. É mesmo uma prioridade!
Sentes que por teres mobilidade reduzida o voluntariado possa ser uma barreira?
Não, de todo! Claro que devido à deficiência, às vezes, adapto a minha função no voluntariado porque, posso estar com algumas dores ou mais cansada, mas, nesse caso falo mais com as famílias e deixo a preparação das entregas para outros voluntários.
Não é uma barreira, mas sim, algo que precisa de ter sido em conta, neste sentido. Até porque, eu própria muitas vezes, parece que esqueço que a minha deficiência é uma característica minha e depois o corpo ressente-se.
Que mensagem gostavas de dar alguém que tem uma limitação física neste dia tão especial?
Façam o que gostam e o que vos faz sentido. Muito provavelmente, vão ter de adaptar certas coisas ou adaptarem-se vocês mesmos, a certas situações, porque a limitação/ deficiência estará sempre presente. Mas, não há nada que não possa ser feito com acessibilidade e equidade de oportunidades, sendo que todos trabalhamos para que exista uma sociedade mais inclusiva (eu pelo menos acredito que assim é). Não se rendam a um diagnóstico. Vivam o máximo que puderem.
Somos gratos por ti Raquel. Juntos podemos fazer a diferença.
Ajuda a Gesto e Palavra a transformar vidas:
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